Língua Portuguesa

As raízes teosóficas da Educação Espiritual

Kathleen Hall – Canadá

Em muitos países, as reformas educativas estão sendo levadas a cabo para acomodar as novas necessidades dos educandos do século XXI. O velho modelo industrial de aprendizagem que estava basicamente concebido para a produção em série de trabalhadores obedientes não se adequa às necessidades do mundo moderno. Enquanto os educadores procuram encontrar novos modos de aprender, muitos estão a considerar dar um maior foco em educar o coração em paralelo com a mente. No seu vídeo inovador “Mudando os paradigmas da educação” Sir Ken Robinson discute a necessidade da educação quer afetiva quer cognitiva. Robinson declara que o obsoleto modelo industrial no qual se baseia a maioria das escolas aponta para a necessidade de uma completa reforma na educação, que atenda, na aprendizagem, quer ao coração quer à mente. A humanidade está na vanguarda de uma época espiritual. Uma educação que inclua o desenvolvimento da formação espiritual é algo também necessário nestes tempos.

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Vemo-nos na Atlântida

Algumas publicações, quando se referem a HPB e ao seu trabalho, ainda estão cheias de interpretações erradas e assunções incorretas já gastas. O seguinte excerto é exemplo disso. O leitor deve notar que não é isto que o editor pensa, nem o que a Theosophy Forward tenta veicular.

Adams, Mark. Meet Me in Atlantis: My Obsessive Quest to Find the Sunken City. New York: Dutton, 2015. [Bibioteca Pública de Warren County]

“Outra escritora famosa pelas suas visões sobrenaturais sobre a Atlântida foi a ocultista de naturalidade russa do final do século XIX Madame Blavatsky, cujo busto poderia ser esculpido junto com o de [Edgar] Cayce no Monte Rushmore dos médiuns. Famosa pelas suas sessões de espiritismo e fundadora do movimento espiritual conhecido como Teosofia, Blavatsky popularizou a ideia da Atlântida como o antigo lar de uma raça de super-homens. Ela alegava que o seu livro “A Doutrina Secreta” era baseado num manuscrito escrito na Atlântida (traduzido a partir da língua original, o Senzar), que teve o seu auge, numa época anterior a 850 000 AC, cerca de meio milhão antes do primeiro Homo Sapiens, segundo se crê, ter emigrado do continente africano. A população da Atlântida de Blavatsky disfrutava de comodidades modernas como a eletricidade e aeronaves alimentadas por uma energia psíquica chamada vril. As causas que ela atribui à queda da Atlântida parecem, em retrospetiva, óbvias: um grupo, ao praticar magia negra estragou tudo, ao gerar híbridos parte humanos, parte animais semelhantes aos centauros, que eram explorados como guerreiros e escravos sexuais. Se as ideias de Blavatsky sobre a “evolução cósmica” tivessem servido apenas para nutrir as fantasias New Age sobre a Atlântida - é possível aceder a uma bela seleção de cartas de tarô na livraria da Sociedade Teosófica na East Fifty Third Street em Manhattan - ela poderia ser descartada como uma excêntrica inofensiva. Mas as suas ideias sobre “raças-raiz” – uma divisão da humanidade em espécies inferiores e superiores - foram adotadas pelos místicos alemães com um apaixonado interesse em demonstrar que a superior raça Nórdica poderia rastrear a sua linhagem até uma ilha mítica. Blavatsky descreveu os Arianos como a raça-raiz da Atlântida mais desenvolvida. O termo Ariano (do termo sânscrito “nobre”) foi usado originalmente pelos linguistas para descrever os povos que se estendiam do norte da Europa até à Índia e cujas línguas tinham origens comuns” (p. 85-86).

Link to English version:
http://www.theosophyforward.com/theosophy-and-the-society-in-the-public-eye/meet-me-in-atlantis

Psicoterapia “religiosamente integrada” é eficaz para a depressão

Para pacientes crónicos com depressões profundas, uma abordagem com terapia cognitivo-comportamental (TCC), que incorpore as crenças religiosas dos pacientes, é pelo menos tão eficaz como a TCC convencional, sugere um estudo da edição de abril do The Journal of Nervous and Mental Disease. Este jornal é publicado por Wolters Kluwer.

“Integrar as crenças religiosas dos clientes na TCC não parece reduzir significativamente a sua eficácia, especialmente nos clientes religiosos”, escreve o Dr. Harold Koenig e os seus colegas da Duke University Medical Center, em Durham, na Carolina do Norte. Eles acreditam que esta abordagem pode ajudar a tornar a psicoterapia mais aceitável para os pacientes religiosos com depressão e doenças crónicas.

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Uma Sabedoria Viva

Uma Sabedoria Viva

De um estudante

[A revista Vidya http://www.theosophysb.org/site/publications.html, editada por associados da Loja Unida de Teosofistas, em Santa Barbara, EUA, publicou o seguinte artigo na sua edição do verão de 2012, que surge aqui ligeiramente revista.]

Qual poderia ser a distinção entre uma doutrina e um dogma?

Quando pensamos em dogma, estamos tipicamente a pensar em crença. Na religião organizada, há um requisito institucional que consiste em aceitar mentalmente um dogma em particular ou um conjunto de dogmas. Estamos sob uma obrigação de dizer “Acredito nisso. Eu concordo com isso.” Esta afirmação, contudo, pode por vezes ser uma receita para uma espécie de esquizofrenia espiritual. Quando começamos a concordar com coisas sem pensar nelas e sem testá-las pessoalmente, então na verdade não sabemos naquilo em que acreditamos. A Teosofia adota uma posição honesta a este respeito. Não existe espaço para a crença cega. As doutrinas são expostas perante o investigador ou estudante para sua consideração, reflexão e possivelmente revisitação, sem qualquer obrigação de acreditar nelas dizendo, “Assim é” ou para proceder a algum tipo de concordância mental.

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Série – A Nossa Unidade: Uma Nova Visão

Renée Sell – Nova Zelândia

Existe uma parábola maravilhosa no “Livro Tibetano da Vida e da Morte” que reza assim:

Patrul Rinpoche conta-nos a história de uma velha rã que vivera toda a sua vida num húmido poço e que um dia recebeu a visita de uma rã do mar.

“Donde vens?”, perguntou a rã do poço. “Venho do grande oceano”, respondeu a outra. “O teu oceano é grande?” “É gigantesco.” “Terá talvez um quarto do tamanho do meu poço?” “É maior.”“Maior?  Talvez metade do meu poço?”  “Não, muito maior.” “É ... tão grande como este poço?” “Não tem comparação.” “Impossível! Tenho de ver isso!”  Partiram juntas, mas quando a rã do poço viu o oceano, o choque foi tão grande que a sua cabeça explodiu e se desfez em pedaços.”

Certo dia partilhei esta história com um amigo e desmanchámo-nos a rir. Ele era um artista maravilhoso e desenhou na hora uma imagem das rãs e do poço. Ambos sabíamos quão radical e drástica tem de ser a mudança na natureza do indivíduo, para que possa ter uma visão abrangente do Universo. Algum tipo de movimento interior dentro da nossa própria mente terá de ocorrer para que possamos ver as coisas de uma maneira diferente. É mais do que evidente que o trabalho prioritário que há a fazer é no nosso interior. Logo no início de A Voz do Silêncio, HPB  é inequívoca: “A Mente é a grande assassina do Real. Que o discípulo mate o assassino.” Assassinar a mente é ir para lá da mente pois a mente apenas vê o manifestado e não o imanifestado. O Nobre Óctuplo Caminho do Buda ensina a Compreensão Correta para ver as coisas a partir do todo e não das partes. E H.P.B.escreveu em A Doutrina Secreta quando abordava a unidade: “A lei fundamental da Ciência Oculta é a unidade radical da essência última de cada parte constitutiva dos elementos compostos da Natureza, desde a estrela ao átomo mineral, desde o mais elevado Dhyân Chohan ao mais humilde dos infusórios, na completa aceção da palavra, quer se aplique ao mundo espiritual, quer ao intelectual ou ao físico.”

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Série – A Nossa Unidade: A Unidade Teosófica

John Vorstermans – Nova Zelândia

A consciência de unidade está profundamente adormecida dentro de nós. Estamos bastante inconscientes da verdadeira Unidade, tal como é entendida na tradição teosófica, porque focamo-nos na separação, que é uma caraterística dominante da nossa consciência ou perceção pessoal. A nossa personalidade, predominantemente centrada na mente de desejos (kama-kamas), está focada externamente através dos sentidos com os quais perceciona a realidade.

Contudo, a Sabedoria Sagrada ensina-nos que a verdadeira realidade não reside no mundo externo, mas sim dentro de nós próprios. Para encontrar esta realidade, devemos abandonar o mundo externo e empreender a jornada interior, para despertar uma consciência mais profunda e assim eventualmente experienciar esta Unidade. Blavatsky fala disto em A Voz do Silêncio quando descreve as três salas de aprendizagem pelas quais passamos à medida que despertamos – a sala da ignorância, a sala da instrução e a sala da sabedoria. Cada sala pela qual passamos deve ser deixada para trás na nossa jornada.

Como organização, a Sociedade Teosófica ramificou-se em diferentes direções, conforme podemos constatar nos diferentes movimentos teosóficos contemporâneos. Podemos ver isto como algo bastante saudável à medida que exploramos o que é a Teosofia. Podemos olhar para o movimento budista como um exemplo, onde vemos diferenças nos ensinamentos e caminhos dos Budismos Theravada e Mahayana. São ambos diferentes na sua abordagem e estudo do Budismo; contudo, reconhecem o valor que cada um traz ao mundo. Acontece o mesmo com os diferentes movimentos teosóficos hoje em dia. Cada um tem os seus modos de explorar e tentar perceber a Teosofia, e através dos seus esforços empenham-se em tornar o mundo no reflexo daquela Unidade de que falámos.

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Helena Blavatsky sobre as crianças e a necessidade de uma educação teosófica

“Deveríamos ensinar às crianças acima de tudo, a autoconfiança, o amor por todos os homens, o altruísmo, a caridade mútua e, mais do que qualquer outra coisa, a pensar e raciocinar por si mesmas. Reduziríamos o trabalho puramente mecânico da memória a um mínimo absoluto e dedicaríamos todo o tempo ao desenvolvimento e treinamento dos sentidos internos, das faculdades e das capacidades latentes. Empenhar-nos-íamos em lidar com cada criança como uma unidade, educando-a de modo a produzir o desabrochar mais harmonioso e equilibrado dos seus poderes, para que as suas aptidões especiais se desenvolvam natural e plenamente. Deveríamos ter como objetivo a criação de homens e mulheres livres – livres intelectualmente, livres moralmente, sem preconceitos de qualquer natureza e, acima de tudo, inegoístas. E acreditamos que muito, se não tudo isso, poderia ser conseguido através de uma educação apropriada e verdadeiramente teosófica.”

H. P. Blavatsky, A Chave para a Teosofia [p.232/233 da ed. em língua portuguesa]

Link to English version:
http://www.theosophyforward.com/theosophy/1411-helena-blavatsky-on-children-and-the-need-for-theosophical-education

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