O Grande Despertar Versus a Grande Redefinição – Antídotos para o Totalitarismo, a Tirania e o Medo

Paul Barker – Inglaterra

LESP PB Theosophy PB 2

O autor

Previsões de um totalitarismo global iminente são descartadas por muitos, simplesmente, como “teorias da conspiração” (uma frase evasiva, originalmente inventada pelo FBI dos Estados Unidos). Outros veem esse chamado Grande Reset [Grande Redefinição] como uma Nova Ordem Mundial, distópica, com uma população dizimada pela guerra, doenças e fome. Este, eles alertam, é um mundo do tecnocapitalismo global, das identidades digitais, de uma sociedade sem dinheiro, das vacinas obrigatórias e de um sistema de crédito social de estilo comunista. Afirmam que isso significará o fim da unidade familiar tradicional, com as crianças sendo removidas de seus pais para serem doutrinadas pelo estado. Não haverá religião, além de adorar o poder do estado. Alimentos saudáveis serão substituídos pelo consumo de insetos e alimentos geneticamente modificados e produtos sintéticos cultivados em laboratório. Acima de tudo, haverá controle pelo olho que tudo vê da inteligência artificial –

                                                   1984 de George Orwell tornado real

Isso realmente soa demoníaco. Mas há alguma verdade nisso tudo? E se sim, como pode ser combatido?

O Cosmo Dentro

Ananya Sri Ram – EUA

Medley ASR 2

Telescópio James Webb: "Olhando para o passado"

“Só se vê claramente com o coração. O que é essencial é invisível aos olhos."

                ---Antoine de Saint-Exupéry

As imagens do Telescópio Webb publicadas pela Nasa, em julho deste ano, não cabem em palavras. Apesar de vários jornalistas se emocionarem para explicar o sentimento insuperável de conexão, o sentimento real não pode ser verbalizado. É uma reminiscência do personagem ET na fantasia de Steven Spielberg olhando para “casa”, enquanto aponta para o céu. Não é somente por carregarmos dentro de nós a substância feita das estrelas, é quase como se as células dentro de nossos próprios corpos reconhecessem algo tão familiar à parte mais profunda de nosso Ser. Talvez seja nossa alma reconhecendo a Superalma ou a Origem encontrando a Origem.

Como seguir em frente? De volta ao topo da montanha

Anton Rozman – Eslovênia

Mountain peak

Parece que a estrada, que se encontra, no momento, à frente da Sociedade Teosófica, se apresenta não como uma estrada larga e plana, mas como um caminho estreito e íngreme que leva ao topo da montanha. Não é um caminho desconhecido. Nós o conhecemos bem. Foi por esse caminho que deixamos as alturas das montanhas em nosso desejo de levar a Teosofia ao povo. E tivemos sucesso. Praticamente não há lugar neste mundo que deixamos intocado. De uma forma ou de outra, toda atividade humana foi tocada pelas doutrinas que consideramos teosóficas e pelas ideias incorporadas aos objetivos elevados de nossa Sociedade.

Vivendo em Kali Yuga

David M. Grossman – EUA

Theosophy DMG b

                                                                              “É melhor acender uma única vela do que amaldiçoar a escuridão.”                                                                              

                                                                             Antigo Provérbio

Quando nossa visão principal da história humana nos faz retomar somente há quatro ou cinco mil anos atrás, e aqui no Ocidente tudo se desvanece, em sua maior parte, antes dos gregos; torna-se difícil nutrir conceitos de ciclos humanos de desenvolvimento que podem abranger centenas de milhares, mais ou menos milhões de anos. Quando consideramos que relativamente recente, alguns séculos atrás, os continentes e países do mundo para todos os efeitos práticos eram como planetas separados, a situação atual é na verdade um fenômeno muito recente. Havia muito pouca comunicação entre países, e até mesmo regiões dentro de um único país; e para a “pessoa mediana” que trabalha principalmente em sociedades agrárias, as principais ocupações eram cultivar alimentos, construir abrigos e a maioria das pessoas nunca viajou muito além de alguns quilômetros de onde nasceu. Se você adicionar a isso o fato de que a alfabetização para a maioria é um marco relativamente recente, torna-se evidente que não havia realmente muita comunicação significativa no mundo.

O MISTÉRIO DO EGO

Sri Raghavan Iyer – USA

 Theosophy SRI 2 EGO

Se não sentimos nossa morte espiritual,como devemos sonhar em invocar a vida?

                                                                                Claude de St. Martin

O teste adequado para saber quando os indivíduos começam a ascender a planos mais elevados de consciência é verificar se eles encontram uma fusão crescente de suas ideias e comiserações. A amplitude da visão mental é sustentada pela profundidade dos sentimentos mais íntimos – as palavras são inadequadas para transmitir esses modos de consciência. Os místicos não podem comunicar prontamente a união inefável da cabeça e do coração – o que às vezes chamamos de “um casamento místico.” Essa linguagem metafórica pode frequentemente se referir a centros específicos de consciência no corpo humano. Se o corpo é o templo vivo de uma inteligência divina aprisionada, a linguagem metafórica dos místicos aponta para uma sintonia e ativação de centros inter-relacionados no corpo. Existe um coração místico que é diferente do coração físico em termos de localização e função. Há também uma semente de inteleção superior – "o lugar entre os teus olhos"  – que é distinto dos centros do cérebro envolvidos na cerimônia comum. Quanto mais uma pessoa é capaz de manter a consciência num plano mais vasto em relação ao tempo e espaço e quanto mais sutil em relação à causa e ao movimento (em comparação à consciência sensorial normal), mais esses centros superiores são ativados. Como isso não pode ocorrer sem também despertar sentimentos mais profundos, o significado original do termo "filosofia" – "amor à sabedoria" – mostra-se sugestivo e significativo. Existe um nível de energia liberada pelo amor que se conjuga com uma profunda reverência pela verdade em si. Essa energia libera uma capacidade maior para experimentar sintonia autoconsciente com o que está por trás da fantasmagoria visível de toda a vida, aproximando  a pessoa do que se está gestando sob o solo nas raízes ocultas do ser e mais próximo dos anseios desarticulados de todos os outros seres humanos. Todo mundo sente esse parentesco em momentos críticos. Às vezes, no contexto de uma tragédia compartilhada ou em um momento de crise causado por uma súbita catástrofe, muitas pessoas experimentam uma autêntica unidade entre si, apesar da ausência de quaisquer sinais de expressão tangível.

O LEGADO DA CURADORIA DE GANDHI NA TEORIA E PRÁTICA

Sri Raghavan Iyer – USA

Theosophy SRI b gandhi

     A Arte da Renúncia

O ato de renúncia a tudo não é uma mera renúncia física, mas representa um segundo ou novo nascimento. É um ato deliberado, não feito por ignorância. É, portanto, uma regeneração.

                                                                                                                                                                                                                                                                 Mahatma Gandhi1

Para a Índia, a questão mais crítica envolve o repensar atual da filosofia de Mahatma Gandhi. Gandhi disse que logo após sua morte a Índia ignoraria e trairia suas ideias, mas que trinta anos depois a Índia seria obrigada a restaurá-las. Os eventos começaram a validar sua profecia, e a tendência se acelera... Quando a Índia aceitar plenamente que não pode imitar o Japão sem aproveitar seus próprios valores e fornecer novas motivações, e quando, por necessidade, sua liderança reconhece que não pode fazer isso por mais que os símbolos simbólicos de Gandhi ou os slogans  fáceis do socialismo sejam forçados, ela será forçada a fazer perguntas mais fundamentais. Só então pode surgir a verdadeira revolução social, que pode ter uma base radical forte e também se apoderar de tradições antigas e de movimentos modernos. Embora seja difícil prever as mudanças, elas exigirão uma reavaliação séria das perguntas de Gandhi relacionadas ao quantum de bens necessários para um modo de vida significativo e gratificante.

                                                                                                                                                                                                                                                                Parapolitics–Toward the City of Man

Theosophy SRI c

Sri Raghavan Iyer

Mahatma Gandhi sustentou que todos os seres humanos são implicitamente responsáveis ​​perante Deus, a Família do Homem e por si mesmos pelo uso e tratamento de todos os bens, dons e talentos que se enquadram em seu domínio. Isso é assim porque a Natureza e o Homem são igualmente sustentados, impregnados e regenerados pelo Divino. Há uma centelha luminosa da inteligência divina no movimento do átomo e nos olhos de todo homem e mulher na Terra. Encarnamos nossa divindade quando nutrimos deliberada e alegremente nossas habilidades e bens em prol do bem maior. Nesse sentido, os melhores exemplos de trusteeship (literalmente curadoria ou tutela) são aqueles que tratam todas as posses como se fossem sagradas ou profundamente preciosas além de qualquer escala de avaliação mundana. Assim, é somente através da escolha moral diária e do uso meritório de recursos que sustentamos nossos direitos herdados ou adquiridos. Por esse motivo, a própria ideia de propriedade é enganosa e, na raiz,uma forma de violência. Implica direitos e privilégios sobre o homem e a natureza que vão além dos limites da necessidade humana  –  embora não necessariamente além dos limites da lei humana e dos costumes sociais. Ele obscurece  da  generosidade  da Natureza, que fornece o suficiente para todos, se cada um confia apenas no que precisa, sem excesso ou exploração.

DESENHANDO O CÍRCULO MAIOR

Sri Raghavan Iyer – USA

Theosophy SRI 421 b

O Dalai Lama com o autor na "Sala Emerson" do Instituto de Cultura Mundial, logo após falar e responder a perguntas na U.L.T. de Santa Bárbara em 1984 

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O nome da "Doutrina do Coração" é "Grande Peneira", ó Discípulo. A roda da Boa Lei se movimenta. Ela mói noite e dia. As cascas inúteis são levadas para longe do grão dourado, o refugo é separado da farinha. A mão do Karma guia a roda; as voltas que ela dá marcam as batidas do coração kármico.

                                                                                                                                                                   A Voz do Silêncio 

O ciclo de 1975 continuará precipitando escolhas importantes para indivíduos e sociedades. Quais são os elementos vitais nessa escolha decisiva e quais serão as principais consequências? Na vida de todo ser humano existe uma série de escolhas menores que se somam a uma escolha crucial, mas que geralmente é feita com conhecimento incompleto de sua natureza crítica. Crescer e envelhecer é reconhecer com crescente clareza que todos os eventos no passado tiveram consequências irreversíveis. Portanto, dentro de qualquer filosofia superficial, centrada essencialmente no corpo físico e baseada em uma única encarnação, um senso pessoal de futilidade e fatalismo se aproxima quando o momento da morte chega. Assim como acontece com os indivíduos, acontece com as civilizações. As civilizações estão aptas a conduzir a mais profunda reflexão sobre seu passado histórico em tempos de depressão, por nostalgia autoindulgente ou por pura perplexidade com sua glória passada. Isso obscureceu toda grande civilização em seu momento de declínio. E hoje testemunhamos isso na Europa Ocidental e no clima nostálgico que é intermitente nos Estados Unidos. As civilizações buscam se apegar a algo do passado, e cronistas perspicazes como Toynbee, na Inglaterra, ou Jaspers, na Suíça, sentem que algo deu errado desde antes de 1914, que as sementes do mal-estar de hoje estão no passado. Quando olhamos para esse passado, supomos que muito poderia ter sido evitado: existiram alternativas viáveis e oportunidades foram perdidas. Esse é o triste estado das sociedades, bem como dos indivíduos que, devido à estreiteza de perspectiva e miopia em relação ao futuro, impõem às suas vidas uma dependência ilusória de suas próprias versões, editadas de um passado truncado. Mas sempre que os seres humanos estão dispostos a repensar suas suposições básicas sobre si mesmos, sobre seu passado obscuro e sobre seu futuro nublado, eles não precisam editar. Eles não precisam limitar indevidamente o horizonte de seu olhar.