Editorial
- Details
- Published: Monday, 02 December 2013 03:04
Jan Nicolaas Kind –Brasil
Há muitas luas atrás - deve ter sido no verão de 1968 quando ainda vivia em Amsterdão – que pela primeira vez na vida me disseram que existia algo chamado Teosofia. O homem que teve a bondade de me abrir essa porta era um famoso músico judeu de idade avançada, que havia sobrevivido milagrosamente aos horrores da II Guerra Mundial. Eu fiquei fascinado por ouvir falar sobre as leis de causa e efeito, karma, reencarnação, os mundos visíveis e invisíveis, tolerância e compaixão, liberdade de pensamento e sobre como a música cria energia que influencia as mentes das pessoas e o seu ambiente.
Eu lembro-me vivamente daqueles passeios pelo parque da capital da Holanda. Quando nos sentávamos num banco, ele sempre começava por me contar a sua longa e interessante vida como violinista e maestro, os artistas e os compositores que tinha conhecido, os seus anos em Paris, os amores da sua vida e a…Teosofia.
Na altura - os vibrantes e coloridos anos sessenta - a minha cabeça estava preenchida com Jim Morrison, Jimi Hendrix e os Iron Butterfly. Eu tinha a certeza que ia mudar o mundo. Bob Dylan era o meu herói, a guerra no Vietname era horrível, Woodstock estava ainda a ser preparado e à noite eu sentava-me com alguns estudantes meus amigos tentando entender o que Jean Paul Sartre queria dizer quando escreveu que os humanos estão condenados a serem livres. A somar a tudo isto, esse senhor de idade falava comigo sobre Teosofia.