Série A Nossa Unidade – UNIDADE e DIVERSIDADE, A Fraternidade e a Liberdade de Pensamento e a Evolução Espiritual

Roger Price – Bélgica

Embora toda a vida seja sempre uma Unidade, é através da manifestação e da experiência da individualidade, incluindo a aparente separação (ao menos durante algumas fases da evolução da Mónada) que o espectro completo da experiência evolutiva necessária é recolhido por cada Mónada para o TODO. Daí a necessidade de diversidade na humanidade no seio do Todo.

A Humanidade encontra-se num ponto singular no caminho evolutivo entre a experiência de separação e a de Unidade. Presentemente, e embora a nossa experiência predominante seja de separação, também temos a capacidade de experienciar algum grau de Unidade. A nossa experiência de separação dá lugar ao nosso sentido de ego ao nível pessoal mas os nossos esforços para entender, sentir e praticar a Fraternidade Universal ajudam-nos a experienciar a Unidade e a desabrochar a nossa individualidade espiritual. Reciprocamente, a influência da nossa individualidade espiritual na personalidade dá origem à compreensão e sentimento da Unidade expressa através da Fraternidade Universal, juntamente com o respeito para com a diversidade inerente essencial através da Liberdade de Pensamento. A completa aceitação e prática quer da Fraternidade Universal, que reflete a Unidade inerente, quer da Liberdade de Pensamento, que reflete a diversidade necessária inerente, são os princípios pelos quais a Humanidade pode avançar na jornada para entrar na Vida Interna e estimular o desabrochar da nossa espiritualidade individual de acordo com a lei da Evolução. Nos Collected Writings, XI P166, Segunda Carta à Convenção Americana:

 “A Teosofia é essencialmente não sectária, e trabalhar para ela ajuda na entrada para a Vida Interna. Mas ninguém pode entrar lá, exceto o próprio homem no mais alto e verdadeiro espírito de Fraternidade, e qualquer outra tentativa de entrar será fútil ou ficará paralisada no umbral.”
A Fraternidade Universal e o respeito pela Liberdade de Pensamento são princípios coexistentes para o acesso à Vida Interna e devem formar as qualidades aspiracionais básicas do trabalho teosófico que partilhamos.

Série A Nossa Unidade – Uma ponte melhor

James LeFevour – EUA

Sendo um jovem estudante de Teosofia, estive na minha primeira Conferência Internacional de Teosofia há apenas alguns anos. Lembro-me muito bem de uma conversa em particular que tive uma manhã, durante o pequeno-almoço, com outro jovem estudante. Ele era um estudante de Point Loma – Haia, e eu, sendo de Wheaton, seguia mais a linha da tradição de Adyar. Por assim dizer, desfrutámos das comparações entre as nossas notas e de falar das diferenças entre as tradições.

Série – A Nossa Unidade

Domen Kočevar – Eslovénia


“Levanta a cabeça, ó Lanu! Vês uma luz ou luzes inumeráveis por cima de ti, brilhando no céu negro da meia-noite?

“Eu percebo uma chama, ó Gurudeva! Vejo milhares de centelhas não destacadas, que nela brilham.

“Dizes bem. E agora observa em ti, e dentro de ti mesmo. Essa luz que arde no teu interior, porventura a sentes de alguma maneira diferente da luz que brilha em teus irmãos humanos?
“Não é de modo algum diferente, embora o prisioneiro continue seguro pelo Carma e as suas vestes externas enganem os ignorantes, induzindo-os a dizer: Tua Alma e Minha Alma.”, H. P. B., “A Doutrina Secreta”, Vol.I, p. 120

Recém-inspirado pela Conferência Internacional de Teosofia e pelo Centro Internacional de Teosofia de Naarden, tentarei pôr em palavras algumas reflexões sobre a Unidade. Dirigimos o nosso pensamento para o futuro, embora não muito distante, de 100 anos. O que seria da Teosofia, como estaria a unidade, o que seria da religião, existiria alguma…? Se formos sinceros no nosso modo de pensar e se nos concentrarmos com a mente calma, aberta e atenta e com poucas ideias preconcebidas (incluindo as teosóficas), podemos ter um vislumbre do Devachan na Terra.

A onda crescente da mudança

Boris de Zirkoff – EUA

A Living Philosophy For Humanity
Volume XXXVI
No. 4 (162) - Spring 1980


Foto original (1980) da capa da revista: Dia radioso de Inverno, perto de Davos, na Suíça

No meio da grande luta que está a ter lugar no mundo externo entre o bem e o mal, entre o apelo ao dever nobre em relação à humanidade e a atração pelo egoísmo e pela ganância, as ideias perenialistas da vida espiritual destacam-se numa glória maior quando são projetadas contra as nuvens sombrias do ódio, da violência e crueldade terríveis.

Não confundamos os sintomas vistos abundantemente em todos os lados. O enorme influxo de forças espirituais e intelectuais dinâmicas a partir da sua fonte imorredoura empurra as forças opositoras do materialismo para uma posição desesperada de último recurso, ao longo da linha do pensamento e empreendimento humanos. A onda crescente do pensamento espiritual arranca superstições humanas, agita os charcos da indiferença e traz à luz o que a escuridão esconde.

A pessoa espiritual: o álcool liberta “a besta dentro de nós”.

Muitas vezes, as descobertas científicas refletem as expetativas dos cientistas e do público. Por vezes, ficam lá perto. Noutras vezes, os resultados da investigação simplesmente surpreendem toda a gente.

O caso em apreço é a investigação recente do professor Peter R. Giancola do Departamento de Psicologia da Faculdade das Artes e Ciências da Universidade do Kentucky. Ele e o seu antigo aluno de pós-graduação Aaron Duke encontraram uma inesperada relação entre as crenças espirituais, violência e consumo de álcool.

“De forma muito simplista – em muitos casos quanto mais religiosa uma pessoa é, mais agressiva ela se tornará depois de beber álcool “, disse Giancola.

O investigador definiu pessoa religiosa como alguém que “encontra sentido no sagrado”, independentemente da doutrina que segue.

Série A Nossa Unidade – A Nossa Unidade Reside na Nossa Busca pela Verdade

Ali Ritsema – Holanda

Buscar a verdade é a missão de cada teosofista, diz H. P. Blavatsky. É a busca pela verdade que devem ter (ou deveriam ter) em comum todos os estudantes de Teosofia e é nesta busca que reside a nossa Unidade.

Tal como expresso no símbolo da Sociedade Teosófica: Satyan Nasti paro Dharma, “A Verdade está além de quaisquer ensinamentos/religiões.”

“Embora não exista qualquer verdade absoluta sobre tema algum, num mundo tão finito e condicionado como é do próprio ser humano, existem verdades relativas e temos que extrair o maior proveito delas”, escreveu H. P. B.. O mais importante para a nossa busca é preparar a nossa mente porque a Verdade universal só pode ser refletida pela nossa consciência espiritual e não pode ser encontrada dentro das nossas capacidades cerebrais. A nossa consciência espiritual é a mente manásica iluminada pela luz de Buddhi, o nosso verdadeiro Eu.

Série A Nossa Unidade – ... Tudo Começa com um Ideal

Barend Voorham – Holanda

Tudo começa com um ideal. O idealismo pertence à parte búddhica da nossa consciência. Buddhi dá-nos uma visão da Verdade. E a Verdade é que na essência do nosso ser estamos unidos. É uma ilusão, mâyâ, acreditar que estamos separados uns dos outros. Os estudantes de Teosofia deveriam sabê-lo.

Isto não significa que sejamos todos iguais. Nem mesmo duas folhas de uma árvore são exatamente iguais. É por isso muito natural que tenhamos visões distintas da Unidade de todos os seres. Todos nós desenvolvemos as nossas capacidades de forma individual.